Tuesday, August 14, 2007

dOrEs Do AmOr RoMâNtIcO


"No entanto a mulher" cansada da tristeza
com seu mistério lento, defronte à mesa
cantava a despedida com voz de abril
para o seu amor, que com ela foi tão vil.
Pra si dizia quieta, que a vida é sempre assim
sua roupa quente espeta, com cheiro de jasmim
"O que me trará este tão grande sofrer?
Se sempre acabo bela, por sobreviver!
Sobre pele, os seios, quantos por eles vi morrer.
Há algumas marcas invisíveis, outras tento esconder."
Com bebidas, nas noites, a amores findáveis ela se deu,
luteranos, dois clérigos, moças puras e um judeu.
Caía o dia junto com o pó de arroz, mas há sempre um para
achá-la linda e branca como uma pérola rara.

Cansada da tristeza, ali estava lenta,
apática, com o pó desbotado no rosto.
Nem um poema de gracejo a acalenta,
nem que lhe digam que musa é o seu posto.
Pode tocar até sua música predileta,
enquanto casais dançam a sua graça.
No coração, dolorosa flecha ainda espeta
por um abandono negro como graxa.

"Um amor não dói tanto quanto o primeiro,
por isso e por minha beleza hei de sobreviver.
Senão no rosto dou-me um tiro certeiro.
Sobre peles, os seios... Sou eu que devo morrer."


FeRnAnDa YoUnG

0 Comments:

Post a Comment

<< Home